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Mudanças de emprego, viagens: a geração Z no mercado de trabalho em transformação

Jovem critica plataformas de recrutamento, pula de emprego, troca sindicato por redes e tenta conciliar trabalho e viagem

A geração Z, aquela dos que nasceram de 1995 a 2010, tenta entrar ou se manter no mercado de trabalho em um momento de transformação acelerada, com a proliferação de plataformas digitais e de novas tecnologias e com a redução de direitos trabalhistas.

O número de brasileiros com idade entre 18 e 29 anos é de 39,2 milhões. Desses, 25,5 milhões estão ocupados.

A maioria dos jovens, segundo o IBGE (em conta que começa nos 14 anos), está concentrada em comércio (24%), tecnologia da informação, comunicação e serviços administrativos (14%) e indústria (13,6%). O setor de educação e saúde é o quarto no ranking (10%) e inclui uma profissão das mais tradicionais, a medicina, que está em crescimento, com 95 mil médicos de até 29 anos espalhados pelo Brasil. Agronegócio vem logo atrás (7%), com dificuldade de atrair e fixar mão de obra jovem.

As profissões dos jovens são as mais variadas —ou nem são profissões, caso do “microtrabalho”, que paga décimos de centavo para quem fica horas a fio atrás de curtidas e seguidores para perfis de empresas, influenciadores e políticos.

Conseguir emprego hoje implica passar por dezenas ou centenas de preenchimentos de cadastros em plataformas de recrutamento. Ter carteira assinada é outra dificuldade, e muita gente só consegue trabalho fingindo ser uma empresa, na chamada “pejotização”.

É uma geração que não tem medo de mudar. A média de permanência no mesmo emprego é de apenas nove meses, contra dois anos para as outras faixas etárias. Se for possível unir trabalho e viagem ao exterior, melhor ainda.

Projeto final da 68ª turma do Programa de Treinamento em Jornalismo Diário da Folha discute comportamentos e desafios da geração Z no mercado
Na hora de discutir questões trabalhistas, a rede social vira aliada, ajuda a criar mobilizações e a influir na discussão de leis. Já os sindicatos andam em baixa entre os jovens.

O caderno destrincha alguns dos principais desafios e comportamentos de quem dá os primeiros passos no mercado de trabalho no Brasil.

As reportagens e a ilustração da capa foram feitas pelos 20 participantes do Treinamento em Jornalismo Diário com Ênfase em Economia, patrocinado pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e pela Philip Morris Brasil. É a 68º turma do Programa de Treinamento em Jornalismo Diário da Folha.

Fonte: Folha de São Paulo